O sofrimento humano atinge extremos quando a submissão, a intimidação e a violência tornam-se o pano de fundo de uma nação oprimida. É nesse cenário que a chamada Síndrome de Estocolmo emerge, fazendo com que as vítimas, ao longo do tempo, desenvolvam sentimentos complexos em relação aos seus opressores. Mesmo após o Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial, o Estado de Israel parece sucumbir a essa deplorável síndrome.
Amplamente apoiado pelo poder militar dos Estados Unidos, Israel continua a perseguir a visão de um Grande Israel bíblico, estendendo-se do Tigre ao Eufrates, mesmo que para isso seja necessário eliminar os povos que historicamente ocuparam essas terras.
Nesse jogo sujo, a vida na Palestina, especialmente na Faixa de Gaza, é banalizada a níveis surrealistas, classificando a morte com base em critérios de nacionalidade, raça, religião e até mesmo aparência física. Graças à força militar israelense, aprendemos que a vida de judeus vale infinitamente mais do que a dos palestinos, tratados como cidadãos de segunda classe.
No entanto, quando se trata de atos de desespero, como os suicídios de palestinos, muitas vezes rotulados como “terroristas”, a culpa recai sobre eles, não sobre as circunstâncias desesperadoras que enfrentam. Os palestinos, apátridas e despojados de seus direitos básicos, não têm alternativa senão lutar.
Enquanto poucos povos entendem o sofrimento como o povo judeu, ações que atentam contra a existência de outros não podem ser justificadas, seja em tempos de paz ou de guerra. No entanto, a história seletiva muitas vezes destaca atos de resistência judaica como legítimos, enquanto condena movimentos de resistência palestinos como “terrorismo”.
A história é escrita pelos vencedores, e essa visão enviesada apenas perpetua a injustiça. É hora de olhar para a determinação dos palestinos como heróica, abandonados à própria sorte, acreditando que pedras podem vencer canhões.
Enquanto isso, os líderes mundiais, enclausurados em seus próprios interesses, continuam a ditar o destino daqueles que desafiam seus poderes, respaldados por instituições internacionais muitas vezes ineficazes. A pergunta que permanece é: quem pode responsabilizar Israel por suas ações?