Em uma declaração conjunta emitida no dia 2 de novembro, sete relatores das Nações Unidas, liderados pela renomada advogada italiana Francesca Albanese, levantaram um grito de alerta, destacando que o povo palestino em Gaza enfrenta um risco grave de genocídio. Essa afirmação contundente ecoou em meio ao endurecimento do discurso da ONU sobre a situação na região, que o secretário-geral António Guterres descreveu como um lugar que está se tornando “um cemitério para crianças”.
O comunicado não apenas delineou a preocupante escalada de declarações genocidas por líderes políticos e militares israelenses, mas também apontou para ações concretas, como o bombardeio intencional do superlotado campo de refugiados de Jabalia, qualificado como um crime de guerra. Em resposta a esses eventos, os relatores não só exigiram a libertação imediata de civis mantidos em cativeiro desde 7 de outubro, mas também solicitaram a intervenção urgente da comunidade internacional para evitar uma catástrofe iminente.
Destaca-se a nomeação de Francesca Albanese como Relatora Especial da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, uma indicação polêmica criticada por alguns congressistas americanos, mas apoiada por centenas de organizações de direitos humanos, juristas e ex-relatores especiais da ONU. Em uma entrevista à BBC News Mundo, Albanese enfatizou a importância de considerar o genocídio como um crime proibido e a obrigação de evitá-lo, apontando para o histórico de violações do direito internacional na região.
A comunidade internacional se vê diante de um dilema, enquanto Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, viaja ao Oriente Médio para pedir uma “pausa humanitária” e permitir a entrada de ajuda humanitária. No entanto, críticos consideram essa abordagem cínica, argumentando que apenas um cessar-fogo efetivo pode deter a tragédia em curso.
A situação complexa em Gaza continua a desafiar o direito internacional, a ética e a busca pela paz. O mundo observa atentamente, aguardando a resposta da comunidade internacional diante da urgência expressa pelos relatores da ONU.