China e Rússia Vetam Resolução dos EUA sobre Conflito Israel-Hamas

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No palco diplomático das Nações Unidas, Rússia e China ergueram os escudos do veto nesta quarta-feira, 25, para derrubar uma proposta dos Estados Unidos relacionada ao conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.

Os números do placar revelam uma complexa dança diplomática: duas abstenções (Brasil e Moçambique), três votos contrários (Rússia, China e Emirados Árabes Unidos), e dez votos a favor (Albânia, Equador, Estados Unidos, Gabão, Gana, França, Japão, Malta e Reino Unido).

O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, explicou a posição de seu país: “A China reconhece as legítimas preocupações de segurança de Israel. No entanto, nos opomos à tentativa de reinterpretar o conflito israelense-palestino, ignorando o fato de que o Território Palestino está sob ocupação há muito tempo.”

Paralelamente, uma segunda proposta apresentada por Moscou também naufragou na falta dos votos necessários para aprovação.

Enquanto a proposta dos EUA previa pausas no conflito para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, a Rússia insistia em um cessar-fogo humanitário. Para qualquer resolução ser aprovada, são necessários pelo menos nove votos a favor e a ausência de veto de qualquer um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.

A proposta norte-americana foi inicialmente apresentada no último sábado, 20, em termos francos que incluíam o direito de Israel à autodefesa e a exigência de que o Irã cessasse o envio de armas para grupos militantes. Posteriormente, a proposta foi amenizada, eliminando referências diretas a Teerã e ao direito de Israel à autodefesa.

Na terça-feira, 24, a Rússia anunciou sua oposição ao plano de ação americano, apresentando sua própria versão. Até o momento, permanece incerto se alguma das propostas reunirá o apoio mínimo necessário, suscitando especulações sobre um possível veto cruzado entre Moscou e Washington.

Na semana anterior, o Conselho de Segurança já havia rejeitado uma proposta do Brasil relativa ao conflito Israel-Hamas. A iniciativa brasileira angariou 12 votos a favor, um voto contrário e duas abstenções. Todavia, devido ao veto dos Estados Unidos, membro permanente do Conselho, a proposta foi rejeitada.

O embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese, criticou a decisão, condenando o que chamou de “paralisia” do Conselho de Segurança. “Mais uma vez, o Conselho de Segurança se caracteriza pela inação”, declarou Danese.

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