Uma sombra se abateu sobre São Paulo, onde vastas regiões ficaram sem energia elétrica, deixando cerca de 500 mil imóveis no escuro, incluindo residências, comércio e serviços vitais como clínicas, hospitais e escolas. Esse caos energético resultou de um conflito interno na gigante de energia Enel Distribuição São Paulo.
A Enel, uma empresa de economia mista com 23,6% de controle estatal italiano, adquiriu as operações da estatal Eletropaulo em 2018. No entanto, uma batalha interna inesperada explodiu nos corredores da empresa neste ano, protagonizada pelo fundo Covalis Capital, um acionista minoritário com cerca de 1% do capital.
Este conflito nos leva à Itália, onde o governo italiano e o fundo Covalis Capital se enfrentam. O governo de Giorgia Meloni busca cortar despesas e repatriar recursos para combater o déficit fiscal, enquanto o Covalis Capital visa direcionar os investimentos da Enel para energias renováveis e expandir seu mercado de reciclagem de baterias de lítio.
No entanto, essa disputa de interesses italianos impactou diretamente São Paulo. Desde 2019, a Enel demitiu 36% de seus funcionários no Brasil e negligenciou a manutenção de sua rede elétrica, resultando em apagões e falta de investimentos essenciais.
Enquanto o governo italiano e o fundo Covalis Capital buscam seus interesses no Brasil, o cidadão paulistano é deixado na escuridão, refletindo os desafios complexos do equilíbrio entre os interesses corporativos e as necessidades públicas.
