Um cirurgião britânico-palestino alerta para a crise humanitária iminente no Hospital Al-Shifa.
O renomado médico cirurgião britânico-palestino, Ghassan Abu-Sittah, que se dirigiu à Faixa de Gaza para prestar socorro nos hospitais locais, faz um apelo angustiante em meio à situação crítica. Sem acesso à eletricidade, ele afirma que o Hospital Al-Shifa, onde ele trabalha, corre o risco de se tornar nada mais que uma “vala comum” para os pacientes.
Abu-Sittah ressalta que a falta de energia coloca em risco a vida dos feridos que dependem dos cuidados médicos prestados no hospital. Ele enfatiza a necessidade urgente de um cessar-fogo e de um corredor humanitário eficaz, que permita a evacuação dos feridos, a entrada de ajuda humanitária e a chegada de equipes médicas.
O médico desabafa que o hospital já está enfrentando uma escassez crítica de suprimentos médicos, incluindo curativos para queimaduras, pinos e hastes necessários para cirurgia ortopédica. A situação é devastadora, com mais de 150 pacientes gravemente feridos em ventiladores e uma capacidade excedida que transformou os corredores e andares do pronto-socorro em leitos improvisados.
O fornecimento elétrico está sendo interrompido, e a pressão de água não é suficiente para operar a máquina de esterilização, essencial para procedimentos cirúrgicos. Abu-Sittah compartilha uma história comovente de um jovem de 16 anos que sofreu queimaduras em um trágico incêndio que vitimou sua família. E, de maneira angustiante, ele menciona a existência de mais de 50 crianças feridas, sem famílias sobreviventes, que agora são cuidadas no hospital.
O Hospital Al-Shifa, que originalmente tinha uma capacidade de 2.500 leitos, agora se vê à beira do colapso total devido à escassez de recursos, eletricidade e combustível.
