A busca por vida além da Terra, uma jornada que antes estava envolta em incertezas, agora está repleta de otimismo. Astrônomos e cientistas de todo o mundo estão unidos em uma missão para encontrar respostas, e eles acreditam que talvez não tenhamos que esperar muito. A pergunta não é mais “se” existe vida em outros lugares no universo, mas sim “quando” a encontraremos.
Especialistas diversos estão confiantes de que detectarão sinais de vida em um mundo distante, possivelmente nos próximos anos. Um cientista à frente de uma missão de pesquisa em Júpiter vai além, afirmando que seria “surpreendente” se não encontrassem vida em uma das luas geladas do planeta.
Este é o início de uma corrida espacial científica sem precedentes, com inúmeras missões já em andamento ou prestes a começar. “Vivemos em um universo infinito, com estrelas e planetas infinitos. E para muitos de nós, tem sido óbvio que não podemos ser os únicos seres inteligentes no universo”, diz a professora Catherine Heymans, Astrônoma Real da Escócia.
Graças ao avanço da tecnologia, agora podemos responder à pergunta que ecoou por séculos: estamos sozinhos no cosmos? Os telescópios têm a capacidade de analisar as atmosferas de planetas em órbita de estrelas distantes, em busca de substâncias que só podem ser produzidas por organismos vivos, como na Terra.
Um marco recente foi a detecção de um gás na atmosfera de um planeta chamado K2-18b, a 120 anos-luz de distância, semelhante ao produzido por organismos marinhos simples na Terra. Este planeta está na zona conhecida como “Cachinhos Dourados”, a distância ideal de sua estrela para abrigar água líquida – um ingrediente essencial para a vida.
Se as pistas forem confirmadas, isso pode revolucionar nossa compreensão da vida no universo. O professor Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, prevê uma transformação significativa em nossa compreensão da vida no universo nos próximos cinco anos.
Outras missões estão planejadas, incluindo o Observatório de Mundos Habitáveis da NASA, programado para a década de 2030, que identificará e analisará as atmosferas de planetas semelhantes ao nosso. O Telescópio Extremamente Grande, que entrará em operação em breve, observará as atmosferas planetárias com detalhes sem precedentes.
Enquanto alguns procuram vida em planetas distantes, outros se concentram em nossos vizinhos planetários. Luas geladas de Júpiter e Saturno são alvos promissores, com suas características propícias à existência de vida. As missões Clipper da NASA e Juice da Agência Espacial Europeia chegarão lá na década de 2030.
Além disso, a espaçonave Dragonfly da NASA explorará uma das luas de Saturno, a Titã, um mundo exótico com características que podem suportar a vida. Até Marte, apesar de inóspito agora, é objeto de investigação, com o rover Perseverance coletando amostras em busca de microfósseis de formas de vida antigas.
A busca por sinais de vida extraterrestre também se estende ao Seti (Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre), que modernizou sua matriz de telescópios e está explorando sinais de planetas distantes.
“Se encontrarmos sinais de vida, será uma revolução na ciência e também representará uma mudança enorme na forma como a humanidade se vê e se posiciona no Universo”, diz Subhajit Sarker, da Universidade de Cardiff.
À medida que o conhecimento humano avança, a descoberta iminente de vida além da Terra pode não estar mais restrita à ficção científica, mas à ciência concreta.