Em meio à controvérsia, acusação inicial ao primeiro-ministro é contestada.
Um turbilhão político assola Portugal com a revelação de um possível equívoco na transcrição de uma escuta que levou à renúncia do primeiro-ministro, António Costa, do Partido Socialista. O advogado de um dos executivos gravados alega que a fala comprometedora, que mencionava o premiê intercedendo em favor da empresa Start Campus em um caso de favorecimento a negócios de lítio e hidrogênio, seria, na verdade, do ministro da Economia, António Costa Silva.
A notícia, divulgada pela CNN Portugal, destaca as declarações do advogado Manuel Magalhães e Silva, representante do consultor da empresa Diogo Lacerda Machado, afirmando que seu cliente nunca mencionou o nome do premiê. O advogado reforça que a única menção nas gravações seria a “António Costa Silva”. No entanto, o Ministério Público, conforme a SIC, não admite o erro e defende a precisão da transcrição, embora reconheça a possibilidade de confusão.
Apesar da polêmica, a transição de governo prossegue. António Costa anunciou que manterá a tutela do Ministério da Infraestrutura, após a demissão do ministro João Galamba, envolvido no escândalo. A decisão de não nomear um novo ministro foi tomada em reunião com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
A investigação que paira sobre Costa envolve suspeitas de “malversação, corrupção ativa e passiva de funcionários públicos e tráfico de influência” na concessão de minas de lítio e produção de hidrogênio. O premiê, um dos poucos socialistas à frente de um governo na Europa, enfrenta queda de popularidade após escândalos, incluindo o “TAPgate”, envolvendo a estatal TAP.
