General Heleno na CPMI: Um Depoimento Tumultuado e Contraditório

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Ex-ministro de Bolsonaro Defende Ex-presidente e Contraria Depoimentos AnterioresEx-ministro de Bolsonaro Defende Ex-presidente e Contraria Depoimentos Anteriores

Em uma sessão tumultuada da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno, deu um depoimento repleto de contradições e momentos de tensão. O general, que serviu no governo Jair Bolsonaro, defendeu veementemente o ex-presidente, mas suas palavras divergiram de depoimentos anteriores, causando agitação na comissão.

O Início das Discrepâncias

Durante seu depoimento, Heleno afirmou não ter conhecimento de uma reunião ocorrida em 24 de novembro, na qual o ex-presidente Bolsonaro teria buscado o apoio das Forças Armadas para um golpe de Estado. O general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, teria ameaçado prender Bolsonaro nesse encontro.

“Jamais me utilizei de reuniões, palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou políticos com meus subordinados no GSI. Não havia ambiente para isso, e o único ser político no GSI era eu mesmo”, afirmou Heleno. Ele também negou qualquer relação com os alvos da CPMI.

Entretanto, momentos de tensão surgiram quando o general foi questionado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre se acreditava que houve fraude nas eleições de 2022. Heleno negou a fraude, afirmando que “já existe um novo presidente da República” e que não podia alegar fraude. A senadora então sugeriu que ele havia mudado de opinião, levando Heleno a reagir com um palavrão e irritação.

Desmentido sobre Mauro Cid

Em outro momento, Heleno afirmou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, não participava de reuniões com o então presidente e os comandantes das Forças Armadas. No entanto, essa afirmação foi contrariada por internautas que apresentaram evidências fotográficas mostrando o contrário.

O episódio trouxe à tona a questão das declarações de Mauro Cid sobre consultas de Bolsonaro aos chefes militares sobre apoio a uma minuta golpista. Heleno expressou descrença nas declarações de Cid, afirmando que as informações eram de uma delação ainda sigilosa e desconhecida.

Confrontando o Passado

Heleno, que havia testemunhado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal em 1º de junho sobre o 8 de janeiro, reafirmou que não havia participado de conspirações golpistas. Ele destacou que a palavra “golpe” não estava sendo usada de maneira apropriada e que um golpe precisaria de um líder principal disposto a liderá-lo.

Além disso, Heleno relembrou seu comentário anterior, no qual chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “bandido”. Ele manteve sua posição, afirmando que “bandido não sobe a rampa” em referência a Lula.

A Sessão Suspensa

O depoimento de Heleno foi abruptamente suspenso no início da tarde de terça-feira devido a tumultos causados pelo deputado bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT), conhecido por interromper adversários políticos em sessões no Congresso. Após um conflito com a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), Brunini foi expulso da sessão pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA). A recusa de Brunini em sair levou à suspensão da sessão, sem previsão para a retomada do depoimento de Heleno.

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