No âmago da polêmica, o controverso jogo “Fortune Tiger”, uma plataforma de apostas online, está no centro de uma investigação que abalou vidas e suscita questões sobre um possível esquema de pirâmide financeira.
A Polícia Civil do Maranhão, após mirar a influenciadora digital Skarlete Mello, que promovia arduamente o “Jogo do Tigrinho”, agora está vasculhando mais fundo para identificar possíveis vítimas desse jogo de azar ilegal no Brasil. O “Fortune Tiger” já causou sérios prejuízos financeiros a muitos usuários, e a situação está se tornando cada vez mais obscura à medida que as investigações avançam.
O delegado-geral da Polícia Civil, Jair Paiva, levanta a possibilidade de que o jogo esteja vinculado a um esquema de pirâmide financeira, no qual participantes são recrutados com promessas de altos retornos financeiros, desde que atraiam outros membros para o grupo. Porém, até agora, essa suposta pirâmide financeira é apenas uma hipótese.
O “Fortune Tiger” é um jogo de cassino online do tipo caça-níqueis, prometendo lucros em dinheiro. No entanto, como é comum em jogos de azar, muitos usuários acabam perdendo grandes somas de dinheiro na plataforma. A polícia ressalta que o sistema do “Fortune Tiger” é hospedado fora do país e não possui registro ou representação no Brasil.
O que amplifica a controvérsia em torno do jogo é a extensa campanha de marketing que envolveu numerosos influenciadores digitais e jogadores compartilhando supostas ‘estratégias’ para vencer o jogo nas redes sociais. No entanto, há suspeitas de que vídeos exibindo ganhos substanciais tenham sido criados em contas de teste (contas demo) do jogo, apenas para simular lucros reais e atrair novos jogadores.
A tragédia se desdobra quando se consideram os graves prejuízos financeiros que algumas pessoas enfrentaram. Há relatos de usuários que perderam todas as suas economias e, ainda mais alarmante, casos de indivíduos que tiraram suas próprias vidas após sofrerem perdas significativas no jogo. Pelo menos três suicídios relacionados ao “Fortune Tiger” foram registrados no Maranhão, incluindo o de um jovem jogador de futebol de 17 anos que investiu uma herança de sua mãe no jogo e perdeu tudo.
Diante desse cenário, as autoridades estão agindo de maneira enérgica. Recentemente, a influenciadora digital Skarlete Mello foi alvo de uma operação policial que resultou na apreensão de mais de R$ 1 milhão em bens, incluindo veículos de luxo e outros ativos adquiridos supostamente por meio do jogo. A polícia alega que Skarlete estava envolvida em atividades ilegais, incluindo a promoção do “Fortune Tiger” em suas redes sociais.
Além disso, parlamentares estão se mobilizando para tentar proibir a divulgação do “Fortune Tiger” e de outros jogos similares. Em níveis estaduais e federais, projetos de lei estão em discussão para restringir a promoção de jogos de azar por influenciadores digitais.
À medida que a investigação avança e as consequências devastadoras vêm à tona, o caso do “Fortune Tiger” continua a ser um alerta sobre os perigos dos jogos de azar e dos esquemas que os envolvem, bem como a influência dos influenciadores digitais na promoção de tais atividades. Este é um momento crucial para a reflexão sobre regulamentações e proteção dos consumidores diante desses desafios crescentes e complexos.