Em meio à chamada “era da guerra eterna” no século XXI, marcada por conflitos desencadeados pelo domínio geopolítico dos Estados Unidos, um capítulo cruel e desumano se desenrola na Faixa de Gaza. O que deveria ser uma era de avanço civilizatório e respeito aos direitos fundamentais transforma-se em um cenário de genocídio, onde a razão opera sem coração.
Neste contexto, o primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu lidera um verdadeiro massacre contra o povo palestino em Gaza, com o apoio incondicional dos Estados Unidos. Uma operação militar denunciada como genocídio, onde a razão, privada de sensibilidade e ética, impõe sua lógica fria e desprovida de escrúpulos humanos.
A história evolutiva nos ensina que a razão sensível e cordial precede a razão pensante. Há 125 milhões de anos, os mamíferos emergiram com o cérebro límbico, centro dos afetos e da cordialidade. Esquecemos que, como mamíferos racionais, possuímos sensibilidade, cuidado, afeto e amor inscritos em nossa natureza. A ancestralidade nos lembra que a razão emocional, a razão do coração, precede o pensamento conceitual.
A evolução nos presenteou com o Homo sapiens sapiens há cerca de 100 mil anos, um ser racional assentado sobre o universo dos afetos e da sensibilidade. No entanto, o desafio contemporâneo reside na desconexão entre mente e coração, onde a razão, desprovida de compaixão, conduz a ações desumanas.
O genocídio na Faixa de Gaza, com mais de 6000 crianças assassinadas e outras 1.500 sob escombros, evidencia a perda da capacidade de sentir o outro como semelhante, um pertencimento à mesma humanidade. Os conflitos contemporâneos são sintomas de uma humanidade desenraizada, desconectada da natureza e da solidariedade.
O embate entre razão e sensibilidade, mente e coração, emerge como uma condição crucial para evitar massacres e genocídios. Uma ciência consciente, que integra razão analítica e inteligência emocional, é a salvaguarda contra a insanidade que conduziu a eventos como o Holocausto e o genocídio dos povos originários.
Neste momento crítico, onde a Faixa de Gaza enfrenta o flagelo da guerra, a necessidade de articular razão e sensibilidade torna-se imperativa. Uma abordagem que une mente e coração é essencial para preservar a vida humana e garantir a vitalidade do planeta Terra. Caso contrário, corremos o risco de testemunhar não apenas a tragédia na Faixa de Gaza, mas a própria perda da humanidade.