No Brasil, a influencer Karol Eller se torna mais uma vítima do fundamentalismo religioso que exige a renúncia de identidade em busca de aceitação e salvação.
O Brasil se vê envolto em uma nova batalha espiritual, onde as armas são proclamadas como divinas, capazes de moldar vidas de Tibiras a Karolines. Os nomes das vítimas são incontáveis, e nenhuma minoria escapa ileso desse disfarçado fundamentalismo religioso, que se apresenta como bem-intencionado, mas esconde uma triste realidade de LGBTfobia.
As justificativas para esse ataque são variadas: a defesa da moral e dos bons costumes, a preservação da família “tradicional” e a proteção das crianças. Cada defensor dessa cruzada adota a fantasia ideológica que melhor lhe convém. O alvo principal é a tentativa de “curar” os que, segundo sua perspectiva, estão “doentes” em relação à sua identidade, privando-os de direitos fundamentais para forçá-los a se encaixar em um padrão divino.
Karol Eller é mais uma vítima da teimosia do fundamentalismo evangélico, que anseia pela dramatização da dor daqueles que caem em sua ardilosa propaganda. Essa propaganda propõe a venda da própria identidade em troca de aceitação e um lugar no céu, com pouca compaixão pelos que se aproximam.
Nesse espetáculo de crueldade, uma variedade de táticas é empregada, desde exorcismos públicos até terapias de reversão. Tudo é válido na tentativa de “salvar a alma” enquanto “perdem o mundo”.
Karol Eller representa não apenas um nome, mas uma história que se desenrola diante de nossos olhos, trazendo à tona muitos outros casos de pessoas vítimas da busca desesperada por aceitação social. Aqueles responsáveis por essa crueldade continuam sua jornada sem remorso, acusando Karol e todos os outros que foram devastados por seus horrores de serem “reféns” de seus próprios abusos.
Se a Bíblia, que eles alegam seguir, ensina que em Deus há vida em abundância, essa abundância ainda não se manifestou diante de nós. Pelo contrário, o que vemos são dor e sofrimento na família de mais uma guerreira que caiu nessa batalha. Karol nos mostra que a sentença recai não apenas sobre os que se opõem a essas ideologias, mas também sobre seus próprios defensores. É evidente que há uma doença a ser tratada e confrontada, e essa ferida aberta continua a sangrar diante de nós, chamada fundamentalismo religioso, que, ironicamente, destrói tudo o que toca.