O ministro das Finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, provocou intensos debates ao sugerir que a “migração voluntária” dos palestinos em Gaza seria a “solução humanitária certa”. Essa proposta, considerada por autoridades palestinas como análoga à “limpeza étnica”, surge em meio a uma atmosfera tensa na região.
Os membros do Knesset, Danny Danon e Ram Ben-Barak, influentes figuras israelenses, endossaram essa ideia em um artigo no The Wall Street Journal, sugerindo a transferência de parte da população de Gaza para nações dispostas a recebê-los. Smotrich, por sua vez, expressou apoio à iniciativa em suas redes sociais, alegando ser a “solução humanitária certa” para os residentes de Gaza e toda a região.
“A Faixa de Gaza, com sua área reduzida e recursos limitados, não pode subsistir de maneira independente por muito tempo. A recepção dos refugiados por países interessados, com apoio financeiro internacional e dentro de Israel, é a única solução para encerrar o sofrimento de judeus e árabes”, afirmou Smotrich.
Contudo, as autoridades palestinas condenaram veementemente a proposta, classificando-a como parte de um “plano colonial e racista de Israel”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina acusou Israel de promover um “genocídio”, apelando à intervenção internacional para encerrar a ocupação israelense.
Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, denunciou as declarações de Smotrich, afirmando que o governo israelense revelou suas verdadeiras intenções. “A limpeza étnica é um crime de guerra, feito pelo bombardeamento de uma população civil desprotegida”, destacou Barghouti.
Mesmo com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu supostamente buscando apoio europeu para persuadir o Egito a acolher refugiados de Gaza, o ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Sameh Shoukry, rejeitou firmemente a ideia. O Egito considera a proposta uma violação das leis internacionais.
Essa não é a primeira vez que Smotrich causa polêmica. Em março, ele afirmou que o povo palestino é uma “invenção” do século passado, gerando críticas e evidenciando a perspectiva considerada “racista” do governo israelense de extrema-direita.
