Reféns Libertadas pelo Hamas Relatam Cativeiro Angustiante

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Yocheved Lifschitz, uma mulher de 85 anos, é uma das duas reféns que foram libertadas pelo Hamas na noite de segunda-feira (23/10).

Lifschitz descreveu sua experiência como um verdadeiro inferno, algo que jamais imaginou. Ela foi sequestrada por homens armados do Hamas em motocicletas no dia 7 de outubro. Depois de ser levada à força para Gaza através de um portão, a viagem provocou-lhe hematomas e dificuldades para respirar.

O governo israelense havia investido consideravelmente na cerca que separa a fronteira entre Israel e o território palestino, mas isso pareceu insuficiente para impedir a passagem do Hamas.

Yocheved Lifschitz e Nurit Cooper foram as duas mulheres libertadas pelo Hamas. Elas são a terceira e a quarta reféns a serem libertadas, após o sequestro de mais de 200 pessoas em Israel que foram levadas para Gaza.

Sharone, filha de Yocheved Lifschitz, ajudou a mãe a compartilhar os detalhes de sua angustiante vivência. Ela confirmou que a mãe foi levada de motocicleta e, ao explicar sobre os hematomas, revelou que ela foi agredida com bastões.

O cativeiro incluiu uma jornada a pé de vários quilômetros em solo úmido. Lifschitz e outras 24 pessoas foram levadas para uma rede de túneis, que ela descreveu como tendo um solo macio e úmido. Após algumas horas, o grupo foi dividido, com cinco pessoas do kibutz Nir Oz sendo mantidas em uma sala separada.

Durante o cativeiro, havia guardas, um paramédico e um médico disponíveis. O local era mantido limpo, e os reféns dormiam em colchões no chão dos túneis sob Gaza. Um médico visitava o grupo a cada dois ou três dias para verificar as condições de saúde.

Segundo relatos de Lifschitz, os captores cuidaram de cada detalhe, até mesmo providenciando ajuda para a higiene feminina das reféns.

A filha de Lifschitz mencionou que o grupo recebia queijo e pepino para comer, a mesma comida que os captores do Hamas consumiam.

O marido de Yocheved Lifschitz, Oded Lifschitz, continua desaparecido e supostamente mantido em cativeiro em Gaza. Oded é um jornalista que dedicou décadas ao trabalho pela paz e pelos direitos dos palestinos. Ele é fluente em árabe e realizava trabalhos voluntários em um grupo que transportava palestinos doentes de Gaza para tratamento em hospitais israelenses.

Lifschitz e seu marido foram ativistas em prol da paz e dos direitos humanos, co-fundando o kibutz Nir Oz. Oded Lifschitz é conhecido por seu comprometimento na defesa dos direitos do povo beduíno expulso da região de Rafah, ao sul de Gaza, em 1972. Além disso, ele foi um dos primeiros jornalistas a relatar o massacre nos campos de refugiados palestinos em Beirute em 1982.

A filha de Lifschitz, Sharone, acredita que a história não estará completa até que todos os reféns retornem a suas casas.

Até o momento, quatro reféns foram libertados do grupo de mais de 200 pessoas capturadas pelo Hamas. Judith e Natalie Raanan, duas israelenses-americanas, foram soltas na sexta-feira (20/10). No entanto, os maridos de Yocheved Lifschitz e Nurit Cooper permanecem desaparecidos e supostamente mantidos em cativeiro em Gaza.

O ministério da saúde gerido pelo Hamas em Gaza afirma que 5 mil pessoas foram mortas no território palestino desde 7 de outubro. Mais de 1,4 mil foram mortos nos ataques do Hamas a Israel.

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