A chegada de 32 brasileiros resgatados da Faixa de Gaza à Base Aérea de Brasília, na noite de segunda-feira, foi marcada por relatos tocantes sobre mais de um mês vivendo em meio a um conflito devastador. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os recebeu, ouviu depoimentos que destacaram a resiliência diante das adversidades e traçaram planos para o futuro.
Durante 37 dias, esses brasileiros enfrentaram a incerteza, aguardando permissões de autoridades israelenses, palestinas e egípcias para deixar a Faixa de Gaza. Hasan Rabee, porta-voz do grupo, compartilhou suas experiências, revelando momentos de fome e sede durante a espera. Ele enfatizou o apoio crucial da embaixada brasileira em Ramalah, na Cisjordânia, que ofereceu suporte psicológico e alimentação.
Rabee, emocionado, descreveu o alívio das crianças ao chegar ao Egito, correndo na praia para brincar, um instante que marcou profundamente sua jornada.
Mahmoud Abuhaloub, outro membro do grupo, expressou o alívio de finalmente se sentir seguro após um mês de constante medo em Gaza. Apesar do corpo relaxado, a mente ainda preocupada com familiares deixados para trás. Shahd Albanna, que viveu na Faixa de Gaza por um ano e meio, compartilhou a tragédia pessoal de perder a mãe para o câncer no conflito.
O presidente Lula, comprometido com a repatriação e apoio aos brasileiros, afirmou: “Não vamos deixar lá nenhum brasileiro que queira voltar”. Uma operação de acolhimento foi organizada para garantir o bem-estar dos repatriados, proporcionando suporte médico, documentação e assistência social.
A tenente Thais Nascimento Costa, parte da equipe de saúde no voo de resgate, destacou a importância de cuidados psicológicos, reconhecendo o período difícil enfrentado pelos resgatados.
