Revolucionando a Batalha Contra a Gripe Aviária: Cientistas Alteram o DNA de Galinhas

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No combate à gripe aviária, uma ameaça global que tem levantado alarmes ao redor do mundo desde 2022, cientistas no Reino Unido lançaram mão de uma estratégia inovadora: a edição genética das galinhas. O estudo, cujos resultados foram publicados na renomada revista “Nature Communications,” pode representar uma virada significativa na luta contra esse vírus mortal que assombra a avicultura.

Desde 2022, a gripe aviária tem se espalhado globalmente, ceifando a vida de milhares de aves em surtos que não poupam fronteiras. Somente entre abril e junho de 2023, foram registrados 98 surtos domésticos e 634 surtos em 25 países da Europa, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). Especialistas alertam que as mutações constantes do vírus aumentam o risco de transmissão para humanos, alimentando temores de uma potencial pandemia.

A Revolução Genética

Pela primeira vez na história, cientistas realizaram edições precisas no gene ANP32 das galinhas, um gene essencial para o vírus da gripe se replicar dentro das células das aves. O objetivo é impedir que as células infectadas permitam a evolução do vírus.

Experimentos mostraram que, após as edições genéticas, a resistência das galinhas ao vírus aumentou consideravelmente. No entanto, em situações com altas cargas virais, o vírus ainda conseguiu evoluir, apontando para a necessidade de edições genéticas mais robustas.

Wendy Barclay, especialista em gripe e professora do Imperial College de Londres, ressalta: “Podemos avançar para tornar as galinhas resistentes ao vírus, mas ainda não chegamos lá. Precisaríamos de mais edições – edições mais robustas – para realmente interromper a replicação do vírus.”

Uma Promessa para o Futuro

Os pesquisadores agora buscam realizar três edições genéticas específicas nas células das galinhas para aprimorar a resistência ao vírus. Vale destacar que a edição genética difere da modificação genética, uma vez que não introduz genes estranhos, mas modifica os genes já existentes. Embora seja considerada menos controversa, a tecnologia carece de regulamentação em alguns países.

A edição genética oferece um caminho promissor para uma resistência permanente a doenças, que pode ser transmitida de geração em geração. Isso não apenas protegeria as aves da propagação da gripe aviária, mas também reduziria os riscos para aves selvagens e, crucialmente, para os seres humanos.

Mike McGrow, professor da Universidade de Edimburgo e líder do estudo, destaca a importância desse avanço: “Nosso trabalho mostra que impedir a disseminação da gripe aviária em galinhas exigirá várias mudanças genéticas simultâneas.”

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