Uma das maiores redes de livrarias do Brasil, a Saraiva, que em um passado não muito distante contava com mais de uma centena de lojas físicas espalhadas pelo país, surpreendeu o mercado ao protocolar um pedido de autofalência na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
A decisão da Saraiva de declarar falência por sua própria iniciativa é um marco impactante na história empresarial brasileira. Em seu pedido, a empresa argumenta que a boa-fé sempre norteou suas ações e que a publicidade e eficiência exigem que essa medida seja tomada nos autos em que seus credores já estão reunidos. A mensagem é clara: uma sociedade empresarial que não pode mais honrar suas obrigações financeiras, pagar seus funcionários ou quitar seus débitos com fornecedores deve ser retirada do mercado.
O comunicado oficial ao mercado, feito por meio de um fato relevante, ecoa a gravidade da situação. Menos de uma década atrás, a Saraiva era uma potência no setor, com mais de cem lojas físicas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, além de uma presença robusta no comércio eletrônico. No entanto, o mês passado marcou o triste fim das suas lojas físicas, com o desligamento de todos os funcionários.
A empresa, agora, enfrenta a realidade amarga de que até mesmo a continuidade do e-commerce e a revenda de livros por meio de terceiros não são suficientes para pagar suas dívidas. É um declínio impressionante para uma empresa que, há cinco anos, declarou dívidas na ordem de R$ 675 milhões quando buscou a proteção da recuperação judicial.
Este episódio da Saraiva serve como um lembrete sombrio das rápidas mudanças no cenário do varejo e da indústria editorial. O futuro da empresa, agora, está nas mãos da Justiça.