A Paraíba, outrora conhecida por sua beleza natural e cultura rica, encontra-se agora no centro de uma série inquietante de eventos. Cinco casos de feminicídio, todos ocorridos em um assustador período de quatro dias, lançam uma sombra sobre o estado. A tragédia atingiu cidades como João Pessoa, Bayeux, Guarabira e Mamanguape, deixando a população perplexa diante de tamanha brutalidade.
O primeiro episódio dessa terrível sequência aconteceu na sexta-feira, dia 6, quando uma mulher não identificada foi morta a tiros em Paratibe, zona sul de João Pessoa. O suspeito, que se enredou em uma teia de versões conflitantes durante seu depoimento, foi detido e colocado sob investigação intensa.
No sábado, o cenário da violência se deslocou para o bairro de Mangabeira, na capital paraibana. Lá, uma mulher de 53 anos foi vítima de um brutal assassinato a golpes de faca perpetrado por seu próprio marido. O agressor, que confessou o crime, já estava cumprindo pena em regime semiaberto por um homicídio anterior. Um histórico de violência, deixando uma cicatriz indelével na família e na comunidade.
No domingo, Bayeux foi palco de outra tragédia, quando Lidijane Maria da Conceição, de 41 anos, foi brutalmente assassinada com um tiro na cabeça. O suspeito, seu companheiro Marcos Antônio Alves Veras de Lima, foi detido após uma discussão que culminou na tragédia, mostrando que o perigo pode estar onde menos se espera.
A segunda-feira, dia 9, foi marcada por dois eventos devastadores. Márcia Freire de Andrade, grávida do sexto filho, foi morta a golpes de faca por seu esposo, Natalino da Silva de Oliveira. Este último já havia sido condenado a seis anos de prisão por tentativa de feminicídio anterior. Após o ataque, ele tentou tirar a própria vida e foi levado sob custódia para o Hospital Regional de Guarabira. Uma história de violência que parecia nunca ter fim.
Na mesma segunda-feira, um novo caso manchou o dia. Uma mulher, natural de Guarabira, no Brejo do estado, foi morta a golpes de faca peixeira por seu ex-marido. Ambos estavam em processo de separação, revelando que a violência persiste mesmo quando a relação conjugal termina.
O Sinal de Alerta
A delegada Sileide Azevedo, encarregada da coordenação das Delegacias da Mulher, destacou a importância de reconhecer os sinais de violência doméstica que antecedem esses trágicos feminicídios. Desde ofensas verbais até ameaças e agressões menores, esses são os indícios de um perigo iminente. A Polícia Civil se compromete a investigar esses casos e o estado planeja expandir as unidades especializadas para proteger as mulheres.
Numa sociedade e autoridades em estado de alerta máximo, é essencial denunciar casos de estupro, tentativas de feminicídio, feminicídios e qualquer forma de violência contra a mulher. Os números 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar em casos de emergência) estão disponíveis para receber tais denúncias.
O aplicativo SOS Mulher PB oferece uma ferramenta adicional para denúncias via telefone, formulário e e-mail, encaminhando as informações diretamente ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que assume a responsabilidade de conduzir as investigações. Enfrentar essa onda de violência é uma tarefa coletiva e essencial.