Os sindicatos que representam os trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) estão se unindo para uma greve de 24 horas marcada para amanhã, 3 de outubro, em protesto contra os projetos de privatização em discussão pelo governo Tarcísio de Freitas.
Este movimento coordenado visa pressionar a gestão Tarcísio de Freitas a interromper imediatamente os processos de privatização em andamento. O dia 3 de outubro foi escolhido para unir a luta contra o leilão da Linha 7 da CPTM, a tramitação da privatização da SABESP na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e as terceirizações no Metrô.
Os efeitos da greve serão sentidos principalmente nas linhas do Metrô e da CPTM. As linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata do Metrô não devem funcionar durante o período da paralisação. Na CPTM, as linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral, 12-safira e 13-jade também estão programadas para não operar.
No entanto, é importante notar que as linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e 9-esmeralda, que são administradas pela iniciativa privada, devem operar normalmente durante a greve.
A Justiça do Trabalho em São Paulo emitiu uma decisão que estabelece que, em caso de greve, os trabalhadores da CPTM devem operar com 100% do efetivo durante os horários de pico e com 80% nos demais períodos. Os horários de pico são definidos entre 4h e 10h e entre 16h e 21h. Além disso, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira proibiu a liberação de catracas durante a greve.
Os metroviários estão incentivando seus colegas a não aderirem ao plano de contingência proposto pela gestão Tarcísio de Freitas, que visa manter o funcionamento durante os horários de pico. Eles argumentam que esse plano busca evitar a greve e, ao mesmo tempo, promover a privatização, que eles alegam prejudicar o serviço público e causar desemprego.
Este movimento de greve é a culminação de meses de pressão dos metroviários e ferroviários sobre a administração de Tarcísio de Freitas. Em janeiro, o plano de privatização das linhas do Metrô foi anunciado, gerando protestos e resistência por parte dos trabalhadores.
O governador de São Paulo também autorizou estudos de concessão das linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, além da futura linha 14-Ônix. Para realizar essas concessões, o governo estadual assinou um contrato com a IFC (Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial para desenvolver os planos.
A greve ganhou apoio adicional dos trabalhadores da USP (Universidade de São Paulo), que decidiram paralisar suas atividades em solidariedade aos colegas do Metrô, da CPTM e da Sabesp.
Este evento representa um ponto crucial na luta dos trabalhadores do transporte público de São Paulo contra a privatização e seus impactos potenciais.