O retorno de brasileiros repatriados da Faixa de Gaza, após escaparem dos bombardeios devastadores, é marcado por um triste capítulo de intolerância. Hasan Rabee, 30 anos, figura pública pela sua entrevista nos meios de comunicação após a chegada a Brasília na segunda-feira (13), tornou-se alvo de mais de 200 mensagens xenofóbicas em apenas três dias desde sua chegada ao Brasil.
A advogada Talitha Camargo, representando Hasan, solicitou ao Ministério dos Direitos Humanos proteção para ele e sua família, enfrentando um silêncio do órgão até o momento. As medidas de proteção buscadas incluem, além de suporte psicológico, escolta policial diante das ameaças e injúrias xenofóbicas que Hasan tem enfrentado.
“Quando ele chega no Brasil, encontra um país bipolarizado, trazendo uma série de ameaças e injúrias xenofóbicas. Isso é muito grave porque não estamos falando só de crimes contra a honra, estamos falando de injúria racial”, alertou a advogada, ressaltando a gravidade do discurso de ódio.
Em resposta, a equipe jurídica liderada por Camargo está reunindo provas para buscar a responsabilização legal dos agressores. A advogada enfatiza a importância de não permitir a impunidade diante do discurso de ódio, explorando possíveis ações cíveis e criminais contra os responsáveis pelas agressões.
Mesmo diante das penas brandas para crimes como injúria racial, calúnia e difamação no Código Penal, Camargo está considerando a possibilidade de indicar perseguição por parte dos agressores, buscando medidas que possam intensificar as sanções, possivelmente levando à prisão dos autores.